
Cinco crianças inquietas, um livro aberto, é hora de contar histórias. O projeto de extensão Livros Abertos: aqui todos contam promove o encantamento pela leitura entre crianças de todas as faixas etárias. A equipe de professores, pesquisadores e estudantes atua na Escola Classe 415 Norte. Lá, grupos de cinco crianças têm agenda semanal com os extensionistas para a hora da leitura.
Cada contador desenvolve uma técnica própria de leitura. O estudante do curso de Pedagogia Wesley Santos, que esteve na Escola Classe nesta quarta-feira (12), prefere chamar toda a turma para um espaço confortável da escola, e, sentados no chão, começar a atividade.
Todo dia, uma ou duas histórias são contadas. O projeto existe há mais de três anos e as histórias novas já estão ficando escassas. A equipe de extensionistas resolveu, então, realizar uma campanha para a arrecadação de livros infantis e infanto-juvenis.
Todos podem contribuir, mas é necessário doar livros com potencial para agradar a turminha da 415 Norte. “Em outra campanha recebemos livros didáticos, obras faltando páginas e, até mesmo, apenas a capa da literatura”, lembra Júlia Villela Gisler, estudante de Psicologia, monitora de leitura.
“O ideal é que sejam histórias interessantes, livros que marcaram a infância dos leitores”, exemplifica Fabio Hernandes de Medeiros, estudante do Instituto de Psicologia.
Interessados em participar têm até o dia 30 de novembro. É possível deixar a doação no Centro Acadêmico da Psicologia (Capsi), no campus Darcy Ribeiro da Asa Norte, ou contactar a equipe do projeto, disposta a receber o livro onde o doador estiver.
LEITURA INTERATIVA – Os extensionistas do projeto Livros Abertos: aqui todos contam utilizam a leitura dialógica, ou interativa, um modelo de contação de histórias onde o ouvinte é estimulado constantemente a participar. “O mediador pode perguntar às crianças o que elas acham que vai acontecer na história ou pedir para que façam uma relação entre o que está sendo contado e a vida delas”, exemplifica a coordenadora do projeto, Eileen Pfeiffer Flores, professora do Instituto de Psicologia (IP).
Fabio Hernandes desenvolve uma pesquisa de mestrado junto ao projeto. O estudo compara o efeito da leitura interativa sobre a compreensão do texto contado. A pesquisa ainda não foi concluída, mas, baseado nos resultados prévios do projeto, o mestrando do IP afirma que existe uma diferença perceptível entre a compreensão após a leitura coletiva convencional, em que a história é apenas ouvida e a leitura interativa.
“As crianças que participam da leitura dialógica se expressam melhor, falam mais, fazem referências a sentimentos, e compreendem melhor a história. É impressionante”, aponta o mestrando. Professora de uma das turmas da Escola Classe 415 Norte, Selma Fernandes reitera a avaliação do pesquisador. “Eles desenvolvem melhor a oralidade e aqueles mais tímidos se soltam mais”, afirma.
Saiba mais em http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/
CONTATO
Para combinar a busca da doação, é possível ligar para Carolina (61) 8293 1018 ou Júlia (61) 9982 1787.