Discentes, técnicos e docentes têm a oportunidade de se reunir até esta terça-feira (10), no auditório da Reitoria, para discutir e buscar soluções para o panorama 2020 da assistência estudantil. Organizada pelo Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), a I Conferência sobre a Assistência Estudantil da UnB procura apresentar os prováveis cenários orçamentários para o próximo ano, bem como buscar novas ideias para construir políticas que se adéquem à realidade da instituição.

Previsões a respeito do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) trazem dados que alarmaram os presentes. “Sou a pessoa que traz os dados que ninguém gostaria que fossem verdade”, disse o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Idízio, nesta segunda (9), primeiro dia de debates. Em 2019, o montante destinado à assistência estudantil é de R$ 34.137.849. Para o próximo ano, estão previstos R$ 20 milhões. É possível que outros R$ 12 milhões sejam ou não liberados para complementar o montante. De toda forma, o corte chega a 41%.
A iniciativa de organizar o evento inédito, de acordo com o decano, é um convite para mobilizar a comunidade. “Precisamos pensar juntos soluções para que o cenário possa se adequar à realidade que iremos enfrentar no próximo ano. Devemos debater o que queremos para que façamos as políticas a serem apresentadas à Câmara de Assuntos Comunitários", chama.
Na Universidade de Brasília, 7.500 estudantes são assistidos, sendo que quase 60% dos programas beneficia principalmente mulheres. Setenta por cento do público assistido é pardo, 90% tem renda per capita familiar de até um salário mínimo, 80% entrou por cotas e mais de 80% cursou ensino médio público.
A pauta é central para a Universidade. A reitora Márcia Abrahão compareceu ao evento e ouviu algumas falas, aproveitando também para reforçar a importância da mobilização comunitária. “A UnB tem atuação protagonista e precisamos entrar em outras questões que envolvem assistência. A mobilização é urgente, já que o Pnaes é um desafio por estar pendurado em um decreto do governo”, disse.