
No Brasil, cerca de 13,4 milhões de pessoas possuem diabetes, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença é mais incidente entre as mulheres, com um percentual de 26,3% contra 21,5% dos homens. Laurinda Rosa da Silva faz parte dessa estatística. Moradora de Ceilândia Sul, ela descobriu a doença em um exame de rotina, 8 anos atrás. “Eu sentia a boca muito seca e às vezes passava mal”, lembra.
Dona Laurinda iniciou o tratamento logo após a confirmação do diagnóstico. Mas os medicamentos não foram suficientes para estabilizar as taxas de glicose. Por consequência dos elevados picos de glicemia, a senhora de 68 anos começou a sofrer pequenas lesões nos pés. “Meus pés ficaram inchados, coçando, cheios de bolhas e feridas”, conta.
Ela apresentava o chamado pé diabético. “Uma complicação do diabetes, representada por uma série de alterações como machucados, perda de sensibilidade e deformidade do pé”, explica a professora Luísiane de Ávila Santana, coordenadora do projeto de extensão Doce Desafio, realizado em Ceilândia. A alteração pode causar úlceras, infecções, isquemia ou trombose e, com a demora na cicatrização provocada pelo diabetes, pode levar à amputação.
O programa Doce Desafio realiza avaliações, acompanhamento de alterações metabólicas, exercícios físicos supervisionados e atividades educativas com palestras, vídeos e oficinas para pessoas com diabetes mellius de tipos 1 ou 2. A iniciativa está presente em Brasília, Ceilândia, Paranoá, Itapoã e Sobradinho.

Em Ceilândia, o projeto também atua na prevenção e no diagnóstico de deformidades, problemas circulatórios e do sistema nervoso periférico, que ocorrem frequentemente nos membros inferiores da pessoa com diabetes. A equipe atende cerca de 20 pacientes duas vezes por semana. Dona Laurinda é uma das mais novas integrantes do programa. Ela é atendida pela equipe há pouco mais de três meses e já apresenta involução da doença.
ATENDIMENTO – O projeto presta atendimento no Centro de Saúde nº 3, que fica em Ceilândia Sul. As equipes contam com o apoio de monitores e professores de diversas áreas e funcionários do centro de saúde. Já a avaliação e o tratamento dos pés dos pacientes com diabetes são realizados no Centro de Saúde nº 6, também em Ceilândia. As atividades são gratuitas aos participantes e financiadas com recurso público, da UnB e de outras instituições, a partir de editais públicos.