
Mais de 600 reitores, de universidades de 26 países, participaram do IV Encontro de Reitores Universia, na cidade espanhola de Salamanca, nesta segunda (21) e terça-feira (22). Os dois dias de debates deram origem a um documento, a Declaração de Salamanca, na qual as instituições reiteram o papel estratégico das universidades para o desenvolvimento e para a busca de soluções aos desafios da atualidade.
A reitora Márcia Abrahão esteve entre os 20 dirigentes de instituições brasileiras presentes no encontro. “É muito bom estar em um evento que reafirma o papel social da universidade, em âmbito global. As discussões feitas aqui sinalizam para a importância estratégica dessas instituições em um mundo altamente tecnológico e globalizado, com profundas desigualdades sociais”, afirmou.
O evento teve como tema Universidade, Sociedade e Futuro. Em 13 mesas de debates, foram discutidos assuntos relacionados a três eixos: formar e aprender em um mundo digital; pesquisar na universidade: um paradigma a ser revisado?; e contribuição para o desenvolvimento social e territorial.
“Um contexto de mudança acelerada e constante, que coloca à nossa sociedade do conhecimento desafios transcendentais, como o crescimento equitativo e sustentável, requer uma universidade que seja capaz não apenas de se adaptar, mas também de liderar a mudança”, diz a Declaração de Salamanca.
O encontro foi uma iniciativa da Universia e do Banco Santander. Para os próximos anos, as organizações se comprometeram com três linhas de atuação junto às universidades: fortalecimento do capital humano, com garantia de maior equidade de acesso a oportunidades; fomento a alianças e ao trabalho em rede entre as instituições; e contribuição para a transformação digital e a gestão de seu impacto na sociedade.
A abertura do evento contou com a presença do rei da Espanha, Felipe VI, e do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Na cerimônia de encerramento, da qual participou o presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, a presidenta da Universia e do Banco Santander, Ana Botín, defendeu mais investimentos – públicos e privados – para o fomento da educação superior.
“Da educação, nascem a igualdade, a liberdade e o pensamento crítico. Ela derruba preconceitos e abre as mentes, nos afasta de extremismos e populismos, das pós-verdades e das tentativas de manipulação da opinião pública”, ressaltou.